30 anos de saudade

Era um domingo como tantos outros. Eu tinha 16 anos, quase 17, e a empolgação para acompanhar mais uma etapa da Fórmula 1 tomava conta de mim. Naquele 1º de maio de 1994, o palco era o lendário Autódromo de Ímola, na Itália. Porém, o que se desenrolaria ali naquele dia seria algo para sempre gravado na memória de todos os fãs do esporte, e especialmente na minha.

Morando em Rio Pardo, na casa da minha Dinda, acompanhava religiosamente todas as corridas. Naquele dia, no entanto, um imprevisto atrapalhou meus planos: um passeio com meus primos para comer um lanche no Centro da cidade me fez perder a largada. Ao retornar, já no início da prova, fui surpreendido por uma notícia devastadora: Ayrton Senna havia se acidentado gravemente.

A partir daquele momento, meus olhos se fixaram na televisão, e o mundo ao meu redor se dissolveu. Acompanhei, com o coração apertado, as imagens da batida, a angústia da espera e a confirmação do pior: Senna havia falecido.

Mais que um ídolo, um símbolo de esperança

Falar de Ayrton Senna é mexer com memórias que transcendem o esporte. Para mim, sua figura representa muito mais do que um piloto talentoso e vitorioso. Ele era um símbolo de esperança, de superação, de persistência e de amor à pátria.

Em uma época em que o Brasil ainda se recuperava das feridas da ditadura militar, as vitórias de Senna nas manhãs de domingo eram motivo de orgulho e união nacional. Sua garra, sua determinação e seu talento inspiravam milhões de pessoas a persistirem em seus sonhos, mesmo diante dos desafios.

Um legado que segue inspirando

Senna não se limitou a brilhar nas pistas. Fora delas, ele se dedicava a ajudar o próximo, através do Instituto Ayrton Senna, que até hoje contribui para a educação e o desenvolvimento de crianças e jovens. Sua história de vida, marcada por conquistas e tragédias, continua a inspirar gerações. Ele nos ensinou que a luta pelos nossos sonhos é árdua, mas que a recompensa, quando alcançada, é imensa.

Ayrton Senna, obrigado por tudo!

30 anos depois, sua chama ainda ilumina o caminho de muitos.

Por: Fabiano Cubano